sábado, 27 de novembro de 2010

Morta-Viva.

Quando voltei a encontrar-me com o Marcelo foi como se ele tivesse ido ao meu túmulo e me tivesse ressuscitado. As lágrimas correm-me pela cara abaixo. Não sei como deixei-me ir tão abaixo. Como?
Precisava de um ombro amigo, onde gritar e ter alguem ali, pronto para me apanhar nos braços quando não tivesse mais forças. Eu não era assim, fraca, influenciável. O mundo é demasiado pequeno para mim. As pessoas não entendem, não conseguem viver e sentir aquilo que eu sinto porque são fracas.
Eu vivo cada dia como um pesadelo a que tenho de resistir. Não é fácil, confesso. Pior agora que tenho que continuar esta caminhada sem amigos, sim os poucos que eu tinha... Até a eles os perdi. Viraram-me as costas. Eu digo-vos, não sei o que fazer. Questiono-me porque será que eu fui a escolhida para viver assim. O mundo é pequeno, e eu estou a morrer aos poucos. Todos querem matar-me, estão todos contra mim. Agora que perdi tudo o que tinha, que mais me falta? Afundar de vez no oceano e deixar lá ficar o meu corpo e o meu mundo? Arrumar as minhas coisas e virar as coisas a tudo? Não, não seria bom. Fugir com a minha conciência não é o melhor remédio. O mundo não tem lugar mim.  Sinto-me sofucada, com vontade de fugir, voar como um pássaro, livre, sem destino. Marcelo, ajuda-me...

Sem comentários:

Enviar um comentário