sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Imaginei hoje que um anjo queria vir me buscar. O que quererá isto dizer? Será que tenho mais utilidade no mundo dos anjos, do que aqui na Terra? É estranho pensar que um dia esta carência (já nem digo sofrimento porque nem vale a pena) irá desaparecer, porque irei morrer? Não era melhor se eu pudesse viver eternamente, sem me preocupar com este sentimento que me deixa desorientada, porque eu teria uma eternidade para descobrir e aceitar-me a mim mesma? Já começa a ser inutil começar a pensar numa forma de contornar isto... Por todos os lados para a qual eu me viro, há uma esperança e mil e uma contradições. Como me ajudaria se eu tivesse alguém que certamente pegasse na minha mão e dissesse que tem orgulho em mim. Que me apoia na alegria no sofrimento, na doença e na suposta saúde mental. Porque a saúde física é apenas mais uma consequência. Mas por pensar assim sinto-me mal. Porque apesar de tudo, sou uma pessoa cheia de sorte. Tenho casa, alimentação, educação, calçado e vesturário (...) e há meninos que já se contentavam com a minha vida, com um prato de comida, e com uma cama onde podessem se encostar sem medo de guerras, desavenças e egoismo do ser humano. Porém, eu sempre nasci e vivi num sítio calmo, e a agitação da minha vida veio a acelerar a uma velocidade estonteante. Não esperando que eu estivesse pronta para acompanhá-la. A escola, a minha casa, as obrigações... Quando penso nisto a minha cabeça começa subitamente a doer. Apetecia-me poder deitar numa cama e ficar lá por tempo indefenido. Até me sentir capaz de poder suportar tudo novamente. É incrivel que os meus textos sempre queiram dizer a mesma coisa: dor sofrimento. Peço desculpa aos leitores por estar a massacrá-los com os meus problemas, mas a verdade, é que a minha vida resume-se ao que eu escrevo. Apetece-me dar um grito de súplica, mas a voz, nem essa me obedeçe. Está fraca, frágil, e não consegue libertar-se. Quando isto vai acabar?!

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