terça-feira, 1 de março de 2011

Eu queria ir embora, arrumar as minhas malas, pegar nas minhas coisas e partir. Já não aguento mais esta casa, este ar irrespirácel e as pessoas que me rodeiam. Foi ele, o meu padrasto, que entrou nas nossas vidas e arruinou tudo. Roubou-nos a paz e obrigou-nos a partilhar o inferno que ele trouxe cá para dentro. Já faz dois anos que vivemos assim, é horrível. Às vezes, ponho-me a pensar, e pergunto-me a mim mesma se eu fui assim tão má pessoa para vir a merecer este castigo. Ainda ontem, perguntei à minha mãe o que é que ela "vê" nele, ao que ela responde:
- Ele não é pior que tu. - o meu queixo caí, a voz perde-se e eu vejo o mundo a girar à minha volta.
- E achas que queres viver com ele para sempre? - questiono eu, com a mais pequena esperança.
- Sim, ele é o meu marido, e é com ele que quero ficar. - Nesse instante senti uma espada a punhalar-me o coração.
  Eu, penso que ela não podia ter escolhido pior, porém, são ambos cínicos e merecem-se, ele a ela e ela a ele. Claro que eu queria que tudo fosse diferente, não estou a olhar apenas para mim, mas estou a pensar na felicidade dela. Apesar de tudo, ela já teve tempo e oportunidades suficientes para ver que tipo de pessoa ele é. Mas como diz o provérbio: "O maior cego, é aquele que não quer ver", portanto, ele é aquele tipo de pessoas que só mesmo se vêm nas novelas, mas... Eles merecem-se. 

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