quarta-feira, 23 de março de 2011

Te esperarei...

Nathália teve um acidente de carro com os pais. Estes, morreram devido ao violento impacte do acidente, mas ela sobrevive e é enviada para uma cama de hostipal, onde está em coma. Matheus, o seu namorado, sente-se desesperado. Na sua mente, era capaz de passar a mesma dor que ela, só para deixá-la viver e
deliciar-se da vida. Todos os dias ele vai visitá-la. Ele esforça-se para não chorar à frente daquela beldade, aquele anjo que nada fez de errado para merecer estar imóvel naquela cama e naquele local. Matheus não era fã de literatura, não lia e muito menos escrevia. Mas como era esse o maior paixão da namorada, resolveu continuar com o sonho da sua amada, ainda que ele nao tivesse jeito nenhum para escrever. Comprou um caderno. Começo a escrever e enquanto ela estava ali ímóvel, ele lia os poemas, as cartas, os postais... Sobre variadíssimos temas e sobretudo, promessas e juras de amor à criatura que ele mais amava: aquela que estava imóvel em cima daquela cama sem poder lhe dizer nada. Bem lá no fundo, a esperança dentro daquele pequenino coração, não tinha se desvanecido por completo, ele ainda acreditava que ela voltaria a sorrir-lhe como fazia anteriormente.
Certo dia, ele vai visitá-la e lê a seguinte carta:
«Meu amor, eu prometi esperar por ti o tempo que fosse preciso e o farei. Simplismente a única coisa que ainda não me fez cair na ruína, é a esperança que esse teu rosto belo me proporciona. A tua pele macia como setim, as tuas feições delicadas... Era capaz de mover montanhas para voltar a ver aquele sorriso que me encantava nas horas mais tristes da minha existência; aquele olhar terno e profundo capaz de quietar qualquer fera; aqueles gestos subtis que só tu tens... Apetece-me arrancar o meu coração do peito para te dar. Queria estar na mesma situação que tu para não te ver nesse estado e eu aqui, impotente ser poder fazer absolutamente nada. Gostava de poder escrever o teu nome nas estrelas só para ver os teus olhinhos brilharem... Eu preciso de ti». Dito isto prosseguiu com uma frase que não estava escrito no caderno, mas que vinha lá do fundo dos fundos do seu coração:
- Nunca ninguém amou algum ser como eu te amo a... - Declarou ele, com o coração na mão, de tanta angústia e dor.
- Ti. - Concluiu ela.
O seu coração desparou, o sangue começou a pulsar depressa nas suas veias:
- Nathália, Nathália! - Gritou ele, ofegante como tudo.
Mas ela continuou imóvel, sem proferir mais nenhuma palavra. O coração dele estava destroçado. Mas ele manter-se-ia firme, e esperaria, até que o amor de sua vida voltasse.
- Eu amo-te. - Declarou por fim, Matheus.

                                                                             *** 16ª edição roteiros - Projecto Bloínquês

3 comentários:

  1. Até eu fiquei na ansiedade pra ver a Nathália acordar. Gostei dos nomes, as pessoas sempre escolhem nomes estrangeiros pra essas histórias. Gostei do amor que ele sente por ela, começou a escrever, só pra agradá-la. Isso sim é amor de verdade. Beijão!

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  2. Lindo! Ah.. O amor... Cuidado com a ortografia! Beijo

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